3ª ULTREIA JUBILAR DOS CURSILHOS DE CRISTANDADE
"EVANGELIZAR OS AMBIENTES DO TERCEIRO MILÊNIO CRISTÃO:
UM "DESAFIO" PARA OS CURSILHOS DE CRISTANDADE"
Caríssimos Irmãos e Irmãs
1.
Sinto-me feliz por dirigir a minha afetuosa saudação a todos vós aqui reunidos
dos cinco continentes para o terceiro encontro dos Cursilhos de
Cristandade, a Ultreya do Grande Jubileu. Obrigado pela vossa
visita e sejam todos bem-vindos.
Saúdo
os cursilhistas de língua espanhola, vindos da América e da Espanha, recordando
que foi em Palma de Maiorca que nasceu esta experiência apostólica, iniciada
pelo Mons. Juan Hervás, zeloso pastor dessa comunidade eclesial.
Dou-vos
as boas-vindas e encorajo-vos a fazer desta Ultreya do Grande Jubileu
um tempo de renovado compromisso na santidade de vida e de apostolado.
Dirijo
uma cordial saudação de boas-vindas a todos os participantes de língua
francesa.
Depois,
dirijo de todo o coração uma saudação àqueles que aqui vieram dos países de
expressão alemã. Oxalá esta celebração revigore a vossa fé.
Saúdo
a Presidente do Organismo Mundial dos Cursilhos de Cristandade e
agradeço-lhe as cordiais expressões que me transmitiu em vosso nome,
apresentando o compromisso apostólico do vosso Movimento e o bem que o Senhor
realiza através de vós. Saúdo os fundadores e animadores espirituais, assim
como os responsáveis do Movimento. Esta vossa presença, tão diversificada e
festiva, testifica que a pequena semente lançada na Espanha, há mais de
cinquenta anos, se tornou uma árvore frondosa, rica de frutos do Espírito.
Aliás, ela continua a constituir uma feliz resposta ao interrogativo formulado
pelo meu venerado Predecessor, o Papa Paulo VI, à primeira Ultreya mundial
em Roma: "O Evangelho tem ainda a capacidade de conquistar o homem
amadurecido... na civilização tanto urbana como rural?" (AAS, 58
[1966], pág. 503).
Por
isso, uno-me com alegria à vossa ação de graças ao Senhor por tudo aquilo que
Ele levou a cabo e não cessa de realizar no seio da Igreja, através dos Cursilhos
de Cristandade.
O
tema desta Ultreya mundial "EVANGELIZAR OS AMBIENTES DO TERCEIRO
MILÉNIO CRISTÃO: UM "DESAFIO" PARA OS CURSILHOS DE CRISTANDADE" testemunha
o esforço por repropor com renovados instrumentos e entusiasmo a experiência de
Cristo aos homens e às mulheres do século XXI. Isto torna-se ainda mais
urgente, considerando que "inteiros países e nações, onde outrora a
religião e a vida cristã foram tão prósperas e capazes de dar origem a
comunidades de fé viva e operosa, se encontram hoje sujeitos à dura prova e,
por vezes, até são radicalmente transformados pela contínua difusão do
indiferentismo, do secularismo e do ateísmo" (Christifideles laici, 34).
2.
Diante desta situação, que desafia os fiéis a "refazer... o tecido cristão
da sociedade humana" (Ibidem), o método do Cursilho propõe-se contribuir
para mudar em sentido cristão os ambientes onde as pessoas vivem e trabalham,
através da inserção de "homens novos", assim transformados pelo
encontro com Cristo. É para esta finalidade que tendem os três dias do
"breve curso" de cristandade, durante os quais um grupo de sacerdotes
e de leigos, apoiados pela oração e pela oferta de sacrifícios dos outros
pertencentes ao Movimento, comunica as verdades fundamentais da fé cristã,
especialmente de maneira "vivencial". O anúncio de Cristo assim
proposto, quase sempre abre os participantes no Cursilho para o dom da
conversão e para uma viva consciência do Batismo recebido e da própria missão
na Igreja. Eles sentem-se chamados a ser "fermento" profético, que se
amalgama com a farinha para se levedar inteiramente (cf. Mt 13, 33),
como "sal da terra" e "luz do mundo" (Ibid., 5, 13-14)
para anunciar às pessoas com quem se encontram, que só há salvação em
Jesus Cristo (cf. Act4, 12), e que "o mistério do homem só se
esclarece verdadeiramente no mistério do Verbo encarnado" (Gaudium et spes,
22).
3.
Estimados Irmãos e Irmãs, sede corajosas testemunhas do "serviço da
Verdade" e trabalhai sem trégua, com a "força da
comunhão". Assentes nas vossas ricas experiências espirituais, que
constituem um tesouro, assumi o "desafio" que o nosso tempo apresenta
à nova evangelização, enfrentando-o sem temor.
Perante
uma cultura que não raro nega a existência mesma de uma Verdade objectiva de
valor universal e frequentemente se extravia nas "areias movediças"
do niilismo (cf. Fides et ratio, 5), os fiéis devem saber indicar
claramente que Cristo é o Caminho, a Verdade e a Vida (cf. Jo 14, 6).
Jesus,
a quem abristes com generosidade os vossos corações, pede-vos que proclameis
incansavelmente o seu nome àqueles que ainda não O conhecem. Ele chama-vos ao
seu serviço, ao serviço da Verdade que nos liberta.
Quanto
mais transparente esta "diaconia da verdade" se tornar nas
vossas vidas quotidianas, tanto mais convincente ela será. Como vo-los recorda
uma oração a que frequentemente se recorre no Movimento dos Cursilhos,
"Cristo não tem mãos, pois só dispõe das nossas mãos para transformar o
mundo de hoje. Cristo não tem pés, pois só possui os nossos pés para orientar o
mundo rumo a Ele. Cristo não tem lábios, pois só dispõe dos nossos lábios para
falar ao homem".
4.
Este é o vosso apostolado. Levai-o a cabo em constante sintonia eclesial, para
que assim se manifeste a"força da comunhão", que é o estilo e
contemporaneamente o conteúdo mesmo da missão do Povo de Deus. Diante das
várias formas de individualismo, que fragmentam e disperdem a capacidade e os
recursos evangelizadores, reuni os vossos esforços missionários aos das
multíplices agremiações eclesiais suscitadas pelo Espírito na Igreja do nosso tempo.
Esforçai-vos por que volte a sobressair a beleza das primeiras comunidades
cristãs, que levavam os pagãos a reconhecerem com admiração: "Olhai como
se amam!". E sede sempre dóceis às indicações do Magistério. Com efeito,
nenhum carisma dispensa da referência e da submissão aos Pastores da Igreja,
cujo discernimento é uma garantia de fidelidade ao próprio carisma. A presente
celebração jubilar suscite em todos vós uma renovada fidelidade à vossa
inspiração original e uma comunhão eclesial mais firme.
5.
"De cores, de cores revestem-se os campos na Primavera.
De
cores, de cores são os passarinhos que provêm de fora.
De
cores, de cores é o arco-íris que vemos reluzir...".
Durante
os dias do Cursilho, as palavras desta canção popular espanhola ajudam os participantes
a reflectir sobre a beleza multiforme da criação. Encontrando-vos com Cristo,
aprendestes a considerar com olhos novos as pessoas e a natureza, os
acontecimentos diários e a vida em geral.
Experimentastes
que do seguimento do Senhor se logra a verdadeira felicidade. Esta experiência
pessoal e comunitária deve ser transmitida ao próximo. Muitos homens e mulheres
do nosso tempo, que infelizmente se afastam de Deus, esperam de vós a luz da fé
que as ajude a redescobrir as cores da existência e do júbilo de se sentirem
amados por Deus.
"Coragem! Ultreya! Avante!",
repete-vos hoje o Sucessor de Pedro. Olhai para Maria, exemplo de indefectível
fidelidade a Deus e, como Ela, em cada circunstância depositai a vossa
confiança em Deus, Pai de misericórdia, que orienta os vossos passos ao longo
do caminho da verdade e do amor.
Aos
peregrinos vindos de Fátima a dois meses da beatificação de Francisco e Jacinta
Marto
A
minha saudação estende-se com a mesma cordialidade a todos os outros peregrinos
aqui congregados. Em particular àqueles da Diocese de Leiria-Fátima, guiados
pelo seu Bispo, o estimado D. Serafim.
Queridos
Irmãos e Irmãs, já se passaram dois meses desde quando tive a alegria de me
encontrar no meio de vós, gozando da vossa calorosa hospitalidade e
testemunhando a vossa radiante alegria pela confirmação da santidade em dois
vossos conterrâneos: os Beatos Francisco e Jacinta Marto. Hoje, em vós eleita
representação da referida Igreja local vejo retribuída a visita: em vós, que
viestes junto do túmulo do Príncipe dos Apóstolos, em espírito de oração e penitência,
implorar perdão e indulgência, e renovar a vossa dedicação àquela obra de
divinização da humanidade que teve início há dois mil anos, com o nascimento de
Deus humanado.
De
coração saúdo toda a Diocese de Leiria-Fátima, com votos por que este Grande Jubileu
da Encarnação se revele para todos vós aquele "ano de graça do
Senhor", que se tornou realidade com Jesus e em Jesus (cf. Lc 4,
19-21), para poderdes esperar confiadamente na força da sua mensagem e obra de
salvação, amar a todos com amor de doação e também de reparação pela ingratidão
a Deus de tantas pessoas, e testemunhar a fé com coragem e coerência na
sociedade actual.
A
Virgem Santíssima, misticamente presente nos vossos santuários marianos, entre
os quais sobressai por sua escolha o de Fátima, acompanhe maternalmene o vosso
caminho de penitência e conversão, e vos sustenha na realização dos vossos
propósitos para o bem da vossa Diocese e para a salvação do mundo.
Saudação
aos fiéis polacos
Saúdo-vos
cordialmente, peregrinos da Polônia, que viestes para este encontro. Agradeço o
vosso compromisso na nova evangelização e na edificação da civilização do amor
e da solidariedade no mundo. A Igreja precisa de vós! Tem necessidade da vossa
atitude cristã e da vossa santidade, a fim de que no mundo se possa realizar a
grande obra da salvação.
Com
afeto, asseguro-vos uma constante recordação na prece e a todos concedo a
Bênção Apostólica, propiciadora de abundantes graças divinas.
Papa João Paulo II
Castel Gandolfo, 29 de Julho de 2000.
Assista o vídeo da III Ultreya Mundial de Roma:
http://cursillos.ca/es/nouvelles/albumphoto/jp2-ultreya3.htm
http://cursillos.ca/es/nouvelles/albumphoto/jp2-ultreya3.htm
Caríssimos Irmãos e Irmãs
1. É um motivo de alegria
para mim encontrar-me hoje convosco: obrigado por esta visita! A vossa
presença, tão numerosa e alegre, testemunha quanto disse aos
"Cursilhistas" de todo o mundo, vindos a Roma por ocasião do grande
Jubileu do Ano 2000: na verdade, "a pequena semente lançada na Espanha, há
mais de cinquenta anos, tornou-se uma árvore frondosa, rica de frutos do
Espírito" ( Discurso, 29 de Julho de 2000).
Para todos vai a minha
cordial saudação de boas-vindas. Saúdo em particular os vossos dois representantes
que se fizeram intérpretes dos sentimentos de todos, assim como os animadores
espirituais e os vários responsáveis do Movimento.
Os Cursilhos de
Cristandade estão atualmente presentes em mais de 60 países de todos os
continentes e em cerca de 800 dioceses. A semente também germinou e cresceu
durante estes anos em terra italiana, dando abundantes frutos de conversão e de
santidade de vida, em profunda sintonia com as orientações pastorais da
Conferência Episcopal Italiana.
Gostaria, neste momento, de
voltar com o pensamento, juntamente convosco, a dois apontamentos que foram de
grande significado e alcance. Refiro-me, antes de mais, ao encontro com os que
pertencem aos Movimentos Eclesiais e às Novas Comunidades, na Praça de São
Pedro, na inesquecível vigília do Pentecostes de 30 de Maio de 1998.
Naquela ocasião reconhecia
nestas novas realidades eclesiais uma resposta providencial, suscitada pelo
Espírito Santo para a formação cristã e para a evangelização. Ao mesmo tempo,
porém, exortava a crescer na consciência e na identidade eclesial: "hoje
abre-se diante de vós uma nova etapa: a do amadurecimento eclesial... A Igreja
espera de vós frutos "maduros" de comunhão e de compromisso" (Insegnamenti XXI/1
[1998], pág. 1123).
O convite conserva toda a
sua atualidade e urgência, representando um autêntico desafio enfrentado com
coragem e determinação. Na linha deste compromisso pelo atingir de uma
maturidade eclesial cada vez mais sólida coloca-se o pedido que o Organismo
mundial dos Cursilhos submeteu ao competente Dicastério da Cúria
Romana, para obter o reconhecimento canônico e a aprovação dos Estatutos.
O segundo acontecimento
importante que quero aqui recordar é a terceira "Ultreia" Mundial,
coroada com o encontro jubilar dos membros do vosso movimento na Praça de São
Pedro, a que há pouco fazia referência. A esse propósito, desejo renovar a
exortação que vos dirigi nessa ocasião, de ser testemunhas corajosas da
"diaconia da verdade", trabalhando incansavelmente com a "força
da comunhão".
Efetivamente, aquela
exortação torna-se em cada dia mais necessária e empenhativa. Da vossa parte,
certamente não deixareis faltar o precioso contributo que advém do vosso
carisma particular. O que significa, de fato, o anúncio querigmático que
constitui o coração do vosso Movimento, senão aquele "fixar o olhar sobre
o rosto de Cristo", para que convidei na Novo millennio ineunte (cf.
nn. 16 ss.)? O que comporta tal olhar, senão um confiar-se ao "primado da
graça", para empreender um caminho de catequese e de oração, de conversão
e de santidade de vida? Que frutos isso produz, senão um mais sólido sentido de
pertença à Igreja e um renovado impulso de evangelização nos ambientes de vida
e de atividade quotidiana?
Caríssimos
"Cursilhistas"! Continuai confiadamente o caminho de formação e de
vida cristã que começastes com tanta generosidade. "Duc in altum"!
Confio-vos à proteção maternal de Maria Santíssima, exemplo admirável de
obediência à vontade do Pai e discípula fiel do seu Filho. Assegurando-vos uma
lembrança especial na oração, concedo-vos afetuosamente a Bênção Apostólica a
vós que aqui estais presentes e a quantos vos são queridos.
João Paulo II
Ultreia Nacional –
Itália abril 2002
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